CANTO SEM FRONTEIRA

sábado, 22 de novembro de 2014

SALIF KEITA - PAPA - MALI


Salif Keïta, nascido em Djoliba a 25 de agosto de 1949, é um músico multi-instrumentista e cantor de Mali. Ele é único, não só devido à sua reputação (é conhecido como A voz dourada de África), mas também pelo facto de ser albino e descendente directo do fundador do Império Mali, Sundiata Keita. Esta herança significa que Salif Keita nunca deveria ser um cantor, que é uma função desempenhada por Griots. A sua música é uma mistura de estilos de música tradicional da África Ocidental, Europa e América e no entanto mantendo estilo de música islâmica. Entre os instrumentos musicais mais utilizados por Salif Keita incluem-se balafons, Djembês, guitarras, koras, órgãos, saxofones, e sintetizadores.
Keita nasceu em Djoliba. Ele fora ostracizado devido ao seu albinismo que é um sinal de azar na cultura Mandinka1 . Ele abandonou Djoliba e foi viver em Bamako em 1967 para se juntar a banda Super Rail Band de Bamako. Em 1973, Salif Keita juntou-se a banda Les Ambassadeurs. Keita e Les Ambassadeurs fugiram da instabilidade política do país, em meados de 70, para Abidjan, Costa do Marfim mudando o nome da banda para Les Ambassadeurs Internationales. Esta banda ganhou reputação internacional na década de 70 e em 1977 Keita recebeu o prêmio National Order do presidente da Guiné, Sékou Touré. Keita mudou-se para Paris em 1984 com o objectivo de prosseguir a sua carreira.

Papa é uma espécie de Afro-Trip-Hop, com bateria mecânica e baixo minimalista ásperos. É seco e alienado, impenetrável.
As músicas não parecem desenvolver, mantendo-se no mesmo ciclo repetitivo do início ao fim, soando a fragmentos musicais em experimentação. No entanto, tematicamente, é um álbum que explora a relação das pessoas com Deus e a inevitabilidade da morte.
E o tema, explorado desta maneira alienada, desconstruída, experimental, ganha outro sentido. Ou seja, com temas tão desconsolados colocados sobre músicas experimentais, acaba-se criando uma atmosfera para o álbum.
E vão-se revelando novos detalhes a cada audição de Papa. O álbum que, à primeira, parece simples, na verdade, acaba sendo muito complexo. Meticulosamente calculado.
No fim, Papa vale pelo conjunto, como um álbum. Dos mais estranhos trabalhos musicais africanos e também dos mais desafiadores, este álbum de 1999 do Grande Albino do Mali.
 por Niosta Cossa

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