Água foi um dos grupos mais aclamados no Chile e no Brasil nos anos 70 e
80. Deixaram dois discos ("Transparência" e "Amanheceres") que são
peças de museu e nenhuma gravadora os lançou em reedições digitais.
O grupo percoreu o continente moreno, buscando as raízes, ao mesmo tempo
em que na Europa, Angel e Isabel Parra, entre outros, difundiram a
música Chilena em seus exílios.
O conjunto surgiu como uma expressão nova em 1974, liderados pelo
compositor e vocalista Nelson Araya, além de Leopoldo Polo Cabreara, com
a participação de Nano Studel, Oscar Pérez e José Pedro Hara. Todos
eram sintonizados com o rock e foram precursores da chegada da "onda
brasileira" no Chile. Debutaram em Barnechea no cenário do Teatro
Paroquial. Em 1975 partiram em viagem para "captar o espírito da música
andina", percorrendo a Bolívia, se apresentando em praças, feiras e
ruas. Difundiram sua experiência em minas, bairros da periferia e
circos. Em 1976 se mudam para o Peru, deixando sua impressão na música
"Cantito al Sol", que se refere às montanhas e ao sol.
Água continua sua peregrinação até o Equador, tendo contato com poetas,
músicos e bruxos para indagar sobre o mágico, o mistérios da selva e a
atitude mística do viver andino. Em 1976, já no Equador, se apresentam e
Quito e Guaiaquil, se embrenham na selva e retornam ao Peru. Da
Bolívia, chegam ao Brasil e se apresentam no Teatro Municipal de
Campinas, em São Paulo. Aí conhecem Milton Nascimento, que os convida
para contribuir com quatro músicas ("Caldero", "Promesas del Sol",
"Minas" e "Volver a los 17" com Mercedes Sosa) para o disco "Geraes",
cuja tiragem chegou a um milhão de cópias.
Em 1978, o selo Som Livre os contrata para gravar o LP "Transparência", considerado pela crítica o melhor disco do ano.
Seguem em turnê pelo Brasil, incorporando instrumentos, ritmos e
tradições ao seu repertório. Em 1979, depois de uma turne pelo nordeste,
retornam ao Rio, onde são convidados a gravar com Ney Matogrosso, uma
das figuras mais relevantes da MPB.
Água continua suas apresentações, alcançando grande popularidade no
Brasil e cativando outros artista, que os convidaram a gravar com eles,
como Denise Emmer e Moraes Moreira.
Depois de 4 anos no Brasil regressam ao Chile, em fins de 1980, para dar
4 concertos no Galpão dos Leões. Em 1981 o grupo é convidado pelo semlo
SYM do Chile para gravar o seu segundo LP, "Amanheceres", um trabalho
que reúne o repertório dos 3 anos anteriores. Além disso, se apresentam
na competição de música folclórica do Festival de Viña del Mar, onde
foram finalistas. No ano seguinte retornam ao Brasil.
Água cantou os ciclos da água em temas como "El Colibri" e "El
Guillatún”, o tempo de olhar o céu em "Silba y Camina", o ciclo da
semente em "La Semilla", os andes equatorianos e o sol. A combinação
sonora de acento Latinoamericano reuniu esse grupo de jovens que
buscaram através da música uma irmandade, combinando as cores do tiple
(colombiano), da mandolina, flautas transversas, uenas, tarkas e outros
instrumentos andinos.
Logo, de sua residência no Brasil seguiram somando cores com a rabeca, a
viola caipira, o cavaquinho, berimbau e um sem número de instrumentos
de percussão. Além disso, usaram a harpa paraguaia, o violino, o
charango, o bombo e muitos mais. Tudo isso em um repertório que combina
suas composições com temas de Los Jaivas e Violeta Parra, entre outros.
Integrantes:
Nelson Araya, voz, violão, mandolina (1973 - 1981 / 1999)
Leopoldo Polo Cabrera, voz, vilão, charango (1973 - 1981)
Nano Stuven, flauta (1973 - 1981)
Oscar Ratón Pérez, violão, mandolina (1976 - 1981 / 1999)
Pedro Jara, percusão (1978 - 1981)
Roberto Lacourt, saxofone, flauta (1980 - 1981)
Marco Luco, baixo (1980 - 1981)
Leo Cereceda, baixo (1999)
Lucho Martínez, percusão (1999)
Se vc gostou adquiri o original (cd) valorize a obra do artista.
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NÔMADES
Uma pérola esse disco mas não está mais disponível! Que pena!
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