CANTO SEM FRONTEIRA

terça-feira, 30 de outubro de 2018

GRUPO ÁGUA - TRANSPARENCIA - CHILE

Água foi um dos grupos mais aclamados no Chile e no Brasil nos anos 70 e 80. Deixaram dois discos ("Transparência" e "Amanheceres") que são peças de museu e nenhuma gravadora os lançou em reedições digitais.

O grupo percoreu o continente moreno, buscando as raízes, ao mesmo tempo em que na Europa, Angel e Isabel Parra, entre outros, difundiram a música Chilena em seus exílios.

O conjunto surgiu como uma expressão nova em 1974, liderados pelo compositor e vocalista Nelson Araya, além de Leopoldo Polo Cabreara, com a participação de Nano Studel, Oscar Pérez e José Pedro Hara. Todos eram sintonizados com o rock e foram precursores da chegada da "onda brasileira" no Chile. Debutaram em Barnechea no cenário do Teatro Paroquial. Em 1975 partiram em viagem para "captar o espírito da música andina", percorrendo a Bolívia, se apresentando em praças, feiras e ruas. Difundiram sua experiência em minas, bairros da periferia e circos. Em 1976 se mudam para o Peru, deixando sua impressão na música "Cantito al Sol", que se refere às montanhas e ao sol.

Água continua sua peregrinação até o Equador, tendo contato com poetas, músicos e bruxos para indagar sobre o mágico, o mistérios da selva e a atitude mística do viver andino. Em 1976, já no Equador, se apresentam e Quito e Guaiaquil, se embrenham na selva e retornam ao Peru. Da Bolívia, chegam ao Brasil e se apresentam no Teatro Municipal de Campinas, em São Paulo. Aí conhecem Milton Nascimento, que os convida para contribuir com quatro músicas ("Caldero", "Promesas del Sol", "Minas" e "Volver a los 17" com Mercedes Sosa) para o disco "Geraes", cuja tiragem chegou a um milhão de cópias.

Em 1978, o selo Som Livre os contrata para gravar o LP "Transparência", considerado pela crítica o melhor disco do ano.

Seguem em turnê pelo Brasil, incorporando instrumentos, ritmos e tradições ao seu repertório. Em 1979, depois de uma turne pelo nordeste, retornam ao Rio, onde são convidados a gravar com Ney Matogrosso, uma das figuras mais relevantes da MPB.

Água continua suas apresentações, alcançando grande popularidade no Brasil e cativando outros artista, que os convidaram a gravar com eles, como Denise Emmer e Moraes Moreira.

Depois de 4 anos no Brasil regressam ao Chile, em fins de 1980, para dar 4 concertos no Galpão dos Leões. Em 1981 o grupo é convidado pelo semlo SYM do Chile para gravar o seu segundo LP, "Amanheceres", um trabalho que reúne o repertório dos 3 anos anteriores. Além disso, se apresentam na competição de música folclórica do Festival de Viña del Mar, onde foram finalistas. No ano seguinte retornam ao Brasil.

Água cantou os ciclos da água em temas como "El Colibri" e "El Guillatún”, o tempo de olhar o céu em "Silba y Camina", o ciclo da semente em "La Semilla", os andes equatorianos e o sol. A combinação sonora de acento Latinoamericano reuniu esse grupo de jovens que buscaram através da música uma irmandade, combinando as cores do tiple (colombiano), da mandolina, flautas transversas, uenas, tarkas e outros instrumentos andinos.

Logo, de sua residência no Brasil seguiram somando cores com a rabeca, a viola caipira, o cavaquinho, berimbau e um sem número de instrumentos de percussão. Além disso, usaram a harpa paraguaia, o violino, o charango, o bombo e muitos mais. Tudo isso em um repertório que combina suas composições com temas de Los Jaivas e Violeta Parra, entre outros.

Integrantes:

Nelson Araya, voz, violão, mandolina (1973 - 1981 / 1999)
Leopoldo Polo Cabrera, voz, vilão, charango (1973 - 1981)
Nano Stuven, flauta (1973 - 1981)
Oscar Ratón Pérez, violão, mandolina (1976 - 1981 / 1999)
Pedro Jara, percusão (1978 - 1981)
Roberto Lacourt, saxofone, flauta (1980 - 1981)
Marco Luco, baixo (1980 - 1981)
Leo Cereceda, baixo (1999)
Lucho Martínez, percusão (1999)

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